domingo, 7 de fevereiro de 2016

GAZETA DA BD # 54 – A HISTÓRIA “OS DOZE DE INGLATERRA” DE ETCOELHO – RECUPERADA E EDITADA EM ÁLBUM


GAZETA DA BD # 54
A HISTÓRIA “OS DOZE DE INGLATERRA” DE EDUARDO TEIXEIRA COELHO
RECUPERADA E EDITADA EM ÁLBUM


Para se perceber a “qualidade” da impressão deste número da Gazeta, deixo aqui o recorte do artigo publicado (à esquerda) e uma cópia do original que enviei (à direita). 
Além da cor desmaiada, note-se o estranhíssimo “muaré” (ou “moiré”) na reprodução da capa do livro, para além do "encolhimento vertical do bloco", em cerca de 1 cm. A montagem do artigo que foi enviada para a redacção está rigorosamente à escala da página - não percebo porque a encolhem (sempre na vertical), ficando até desalinhada das restantes matérias da página... Vou ter que ir falar com os gráficos que fazem a montagem do jornal para ver o que eles não percebem.

Gazeta da BD #54 – na Gazeta das Caldas 
5 de Fevereiro de 2016

Jorge Machado-Dias 

“Os Doze de Inglaterra” é o nome atribuído a uma história semi-lendária/semi-real que é contada por Luís Vaz de Camões, no canto VI dos Lusíadas, que terá acontecido no reinado de D. João I de Portugal e de Ricardo II de Inglaterra, que demonstra uma história típica da conduta da Honra e comportamento de acordo com o ideal cavaleiresco da Idade Média.

Doze cavaleiros portugueses (parece que na realidade eram treze) viajam para Inglaterra para defender a honra de doze damas, que haviam sido ofendidados por ouros tantos nobres. Entre eles contava-se o célebre “Magriço”. Defrontaram-se os cavaleiroes portugueses com os nobres ingleses num torneio de cavalaria típco da época. Os portugueses venceram, limpando assim a hora das damas ofendidas.

A base histórica para esta narrativa está, possivelmente, no facto de alguns desses cavaleiros terem, na juventude, peregrinado como cavaleiros andantes pela Europa, lutando em diversos conflitos, nomeadamente alguns ao lado de D. Pedro, Duque de Coimbra, o das "sete partidas", e depois com o seu filho mais velho e homónimo.

A partir de um texto de Raul Correia, que adapta a lenda, Eduardo Teixeira Coelho ilustrou a história em banda desenhada, que viria a ser publicada na revista O Mosquito, desde o nº 1201 (27 de Dezembro de 1950) ao nº 1306 (29 de Dezembro de 1951). “Os Doze de Inglaterra” é considerada a obra-prima de Eduardo Teixeira Coelho (ou ETCoelho, como ele assinava, ou mesmo ETC) em banda desenhada.

A história, com 112 páginas primorosamente desenhadas, foi agora recuperada numa edição de luxo e insere-se na comemoração dos 80 anos da saída do primeiro número do mítico O Mosquito, a 14 de Janeiro de 1936.

Aquando da primeira publicação n’O Mosquito, devido ao texto excessivo e por vezes redundante, de Raul Correia, partes importantes dos desenhos foram lamentavelmente amputadas e a sua composição gráfica alterada devido a esse facto. O aspecto de cada página, embora muito melhorado pelas novas tecnologias agora disponíveis, mantém as características da publicação na revista (ou jornal, como o designavam) O Mosquito, com a sua textura peculiar. Lembremos que n’O Mosquito, as páginas de BD eram impressas a duas cores e raramente as mesmas na mesma história ao longo da sua publicação semana a semana. Agora todas essas cores foram substituidas por um sépia, fazendo ressaltar os negros do desenho de ETCoelho. Acrescentemos que a recuperação das páginas desta história só foi possível graças à direcção de José Ruy, que também relegendou toda a história.




Eduardo Teixeira Coelho no Festival da Amadora de 2000:

No bar da Fábrica da Cultura...

Com o então Presidente da Câmara da Amadora Joaquim Raposo, durante a inauguração da exposição de originais seus na antiga Galeria Artur Bual.

No Monumento aos Descobrimentos, em Belém, aquando da apresentação do seu livro
"A Arte de Bem Navegar".

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